segunda-feira, 11 de abril de 2011

FMI e outras confusões.

Aquando a aprovação do PEC 3 na AR pela maioria do PS e com o apoio do PSD, José Sócrates e Passos Coelho argumentaram com a inevitabilidade e que a aprovação do dito PEC serviria para evitar um mal maior. Sócrates dizia ainda de forma convicta que o mundo tinha mudado numa semana.

Nessa altura o mundo não tinha mudado, a diferença é que as palas que ele tinha nos olhos até ao momento, começaram a descoser-se e então pode começar a observar um bocadinho do que se passava à sua volta.

Pelos vistos não o suficiente, uma vez que persistiu em cometer a mesma politica de direita que o caracterizara até aquele momento e que apenas nos conduziu num rumo de declinio nacional.

Passados alguns meses não posso deixar de ficar abismado com o que os meus olhos viram na última semana; e não é que o mundo realmente mudou!

Quem diria que Manuel Alegre que antes se dizia descontente com as orientações do PS de José Sócrates apareceu agora de mão dada  com este no Congresso! E Fernando Nobre, esse mártir que nunca iria se candidatar à AR e que estava contra todos os partidos, que argumentava ser a cara da cidadania activa, acaba por  se candidatar  pelo PSD!

Ele há coisas realmente fantásticas. Com políticos como estes, cujo a  principal característica é terem a coluna de um caracol, não há volta a dar.
Lamentavelmente estes são alguns protagonistas do agora intitulado arco do poder, que em boa verdade não são mais que o arco  da velha.

Arco da velha politica, daquela que nos conduziu até à dita encruzilhada do FMI.

A direita e a banca não podia estar mais felizes do que com a vinda do FMI, que não virá para ajudar Portugal mas sim os banqueiros e os seus interesses.

Aliás o que nos é transmitido todos os dias é que é inevitável uma incursão do FMI no nosso País, mas será que é? Na verdade não é, existem alternativas.

Olhemos para os países onde o FMI entrou e facilmente podemos constatar que apenas serviu para aumentar o fosso das desigualdades, alienar ao privado as empresas públicas que dão lucro, destruir direitos laborais, aumentar impostos e cortar em reformas.
A alternativa é renegociar a divida, travar um braço de ferro em defesa da soberania nacional e sobretudo promover o emprego, valorizar o trabalho e meter Portugal a produzir. 

Essa é a única alternativa, a vinda do FMI só irá trazer mais do mesmo e a situação irá prolongar-se até o capital assim o entender ou então e essa é a minha esperança, até quando o povo o permitir.

Esta é mais uma dura machada nas conquistas de Abril, resta-nos agora envergar um escudo como defesa e condenar o conjunto de mentirosos e oportunistas que têm governado Portugal (PS, PSD e CDS) e fazer a diferença. Dizer não ao FMI, dizer sim a um Portugal de Abril, soberano , justo e solidário.