sexta-feira, 30 de julho de 2010

Dia Feio.

30 de Abril de 2010; mais um dia como tantos outros. Acordo com as preocupações do costume. Hoje é dia para ir ao ACT ver se avanço com o problema do rapaz ucraniano.

Como de costume, ligo a tv para ouvir as noticias da manhã e dou por mim a ouvir que o António Feio morreu.

Não era propriamente fã, mas reconheço o seu enorme valor enquanto actor. Para além disso é daquelas pessoas que se lembramos em diversos projectos que fomos assistindo enquanto crescemos e vivemos.

Recordo sobretudo a piada dos "vincos nos tomates" que andou de boca em boca quando estreou a "Conversa da Treta" e aquelas noites maradas que passávamos a ver o "Paraíso Filmes" na Tasca do Tabacão. Filmes produzidos numa produtora independente situada na Trafaria e realizados por um carocho numa loja de louças para casa de banho; ideia de génio.

Aprecio a coragem do Feio. A coragem  com que assumiu a maldita doença e que com  que a enfrentou, não esperando por nenhum Deus ou milagre. Como ele próprio disse: " Deus está distraído, se não estivesse não existiam as desgraças que há para aí e que se fosse bom não  as permitia".

No entanto a noticia da morte do António Feio mexeu comigo de outra forma. Relembrou-me que estou a escassos dias do aniversário da morte do meu pai. Lembrou-me do que é o cancro e de como faz sofrer quem o tem e quem está à sua volta.

Tinha 17 anos quando passei pelos 6 meses mais difíceis de gerir psicologicamente que me lembro. Desses 6 meses os últimos 2 foram autentica tortura psicológica... maldita doença que continua a fugir à descoberta de uma cura.

Esse período de tempo é responsável por algumas características que boas ou más fazem a minha personalidade.

Quando vi passarem em diferido na tv uma entrevista ao António Feio, vi nos olhos dele o que via nos meus nessa altura e senti que ele tinha aquele nó de garganta que se segura ao máximo para não dar o braço a torcer.

Embora este seja um "Dia Feio" que me faz lembrar algumas situações amargas, prefiro considerá-lo como um dia que me fez recordar e reflectir antes do tempo.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Marx.

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável.
O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado."


Karl Marx







E mais uma vez Portugal é submetido aos interesses Externos.

Hoje é noticia em todos os jornais a decisão da PT em abandonar a operadora "VIVO" e de ceder aos interesses da operadora espanhola "Telefónica".

Embora  Zeibal Bava (presidente da PT), venha a público disser que o futuro da PT não é na "VIVO" mas sim na "OI", o gato ficará sempre com o rabo de fora. 

A "VIVO" é responsável por 50% do lucro da PT, sendo uma empresa em constante crescimento, o que a tornou muito desejável para a "Telefónica". Já a "OI" está a deparar-se com uma difícil situação financeira.

Embora muito se tenha especulado sobre a golden share que o estado detem na PT, com esta cedência fica provado que o governo só a utilizou para que a administração da PT conseguisse criar espaço para sair de forma airosa de todo este processo.

Não existiu nem por parte da administração da PT, nem por parte do governo qualquer movimentação para que se preserva-se a dignidade de uma empresa nacional em que o estado ainda tem especiais responsabilidades e para que se assegurasse a continuidade de uma parte da empresa que tanto dinheiro fazia entrar nos cofres do estado.

Uma vergonha! Mais uma vez o governo cede aos interesses do capital estrangeiro e ignora as consequências que daí podem vir a resultar. 

Para além da questão económica poderá ainda estar dependente a continuidade de muitos trabalhadores na PT. Actualmente a empresa congela salários... resta saber se sem esta fonte de lucro irá ser reduzido o número de postos de trabalho na empresa.

Numa altura em que o desemprego já é mais de 10% é este o contributo que o governo dá aos trabalhadores portugueses!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Uma Opção de Classe.

Há cerca de um mês atrás escrevi um artigo de opinião para um jornal local. Nesse artigo descrevi todo o processo das promessas do PS em Coruche e do seu executivo na Câmara Municipal, quando em vésperas de eleições autárquicas prometeram aos trabalhadores e aos seus representantes, a implementação  da"Opção Gestionária". Passadas as eleições foi dado o dito por não dito!

Este episódio não é mais que uma versão local do que Mário Soares fez quando meteu o socialismo na gaveta e do que José Sócrates faz todos os dias aos trabalhadores portugueses.

Sócrates que de mão dada com Passos Coelho fizera aprovar um PEC que penaliza aqueles que unicamente têm como forma de seu sustento o seu salário. Sócrates que em nome de uma crise penaliza aqueles que para sustentarem os seus filhos contam com 500€.

Ainda a respeito do PEC. Não seria justo que aqueles que impõe-em aos portugueses sacrificios e contenção, que dessem o exemplo e fizessem o mesmo?

 Pois isso o PS já não quer! A CDU apresentou uma proposta de 11 medidas a adoptar pela Câmara de forma a conter custos para que não se deixem de realizar obras essências por falta de verbas. As essas medidas o PS disse não!

A alternativa do PS é apresentar um pacote de medidas que vai reduzir as verbas transferidas para as freguesias e as colectividades.

Esta decisão não me admira pois a proposta da CDU previa que se reduzi-se em 10% as despesas de  representação dos eleitos a tempo inteiro na Câmara. 

A meu ver tanto esta questão como a questão da "Opção Gestionária" não se tratam de uma questões de moral ou bons princípios, mas sim "uma opção de classe".

O PS continua a optar por prejudicar e fragilizar a situação dos que trabalham e realizam trabalho em prole da democracia, não conseguindo ter a coragem para privilegiar os interesses colectivos.

Com este tipo de atitudes não admira que exista tanto défice de participação nos actos eleitorais e que  cada vez menos jovens queiram entrar na vida politica de forma patriótica e desinteressada. São os maus exemplos que o PS têm dado a Portugal!

Um ano passou.

Um ano passou. Passou um ano desde que  levei um soco  que me atirou ao chão. Passou um ano do momento em que tudo à minha volta tinha parecido desabar.Na altura em que o soco me pareceu ser em falso, ainda me tentei levantar... mas fui impedido com um pontapé na barriga que me fez perceber que afinal o soco era real e duía que se fartava.

A dor era mais que muita e o tempo de sarar as feridas parecia uma eternidade sem fim.

Valeram os amigos, os desafios que me foram colocados e sobretudo o meu partido, que me ajudou a ocupar o tempo e a esquecer. 

Levantei-me, sarei as feridas, apreendi a mudar o mundo  que tinha criado e no qual acreditava ser o definitivo.

Para melhor superar decidi traçar objectivos muito concretos, que me preenchessem e ocupassem algumas lacunas que sentia.

Hoje passam apenas alguns dias de ter cumprido o ultimo desses objectivos. Sinto-me satisfeito por ter conseguido ultrapassar um dos períodos mais difíceis da minha vida.

Essa satisfação interior, fez-me criar este espaço onde posso reflectir algumas ideias e mostrar alguns dos meus gostos. 

Não  pretendo que seja um blog muito lido, somente um ponto que marca uma nova etapa, a etapa alcançada através de um esforço próprio para atingir um pequeno  conjunto de objectivos.