sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Reformistas e fazedores de opinião.

Estou farto! Vão-me o 13º mês, roubam-me através do IVA, do combustível, das propinas que inclusive mal conta para as despesas no IRS e enquanto isso só se vê e ouvem diversos fazedores de opinião nos jornais, rádio e  tv a afirmar convictamente que é inevitável.

É impossível alguém acreditar que reduzindo as indemnizações em caso de despedimento que se irá criar mais postos de trabalho. Mas perguntem a um Sr. de nome Camilo Lourenço que todos os dias tem 2 espaços na Rádio M80 e uma ou duas vezes por semana na RTP. A resposta dele é sempre a mesma:- É necessário!
Ontem em concertação social foi dado a conhecer as propostas do governo para legalizar o despedimento por incumprimento de objectivos. No fórum da TSF a discussão era no mínimo repugnante. Indivíduos a efectuarem chamadas em que o teor da conversa era:- despeçam os meus colegas. Eu sou bom não hei-de ser despedido, -As empresas não aguentam mais, os trabalhadores não querem trabalhar e não há forma de os despedir, etc.

Mas o que é isto?
Mas o pior foi ainda esta manhã o mesmo Sr. Camilo Lourenço afirmar que não conhece trabalhadores e que não opinião dele existe produtividade e capacidade intelectual e quem pode, pode os outros que se adaptem.

Diálogo do mais neoliberal que pode existir, visando meter trabalhadores contra trabalhadores num ambiente de salve-se quem poder que somente vai conduzir o País a um retrocesso social enorme e que vai colocar as relações de trabalho no patamar do séc. XIX.

Mas será que esta gente sabe o que é trabalhar numa empresa? estar 8 ou 12h diárias de baixo de pressão constante, de medo e de raiva? Será que sabem o que é trabalhar um dia inteiro em tarefas monótonas e repetitivas que mais cedo ou mais tarde acabam por gerar doenças profissionais que serão fundamento para encaminhar os trabalhadores para o desemprego?
Saber sabem porque pertencem a uma de três estirpes de indevidos com características tão negativas como o individualismo e o egocentrismo. São eles: patrões,  chefias que sobem a pulso e por fim aqueles que são os mais perigosos e que até consideram que a conversa do capital contra o trabalho é errada, os agentes do mundo financeiro.
A esta gente devia-se colocar um rótulo a dizer hipócrita bem no meio da testa.
Experimenteo Sr. Camilo Lourenço e os restantes irem trabalhar para uma corticeira do Grupo Amorim e depois digam-me todas essas "tretas" que agora afirmam confortavelmente sentados na sua cadeira de pele.

E a seguir o que pretendem? acabar com um limite diário de horas de trabalho? Pois bem veja-se os excelentes resultados da France Telecom, onde se suicidam funcionários e dos supermercados da Jerónimo Martins na Polónia, onde mulheres entram em trabalho de parto e outras abortam enquanto trabalham.

Por exemplo como estes é que é cada vez mais importante e decisivo que os trabalhadores portugueses enfrentem estes tipo de medidas. Só os trabalhadores podem travar este enorme retrocesso social e sinceramente acredito que o povo não é parvo e sabe quando estão a pisar e independentemente das frustrações e desilusões do dia a dia que no dia 1 de Outubro irão estar à altura na Grande Manifestação convocada pela CGTP.

Aos que quiserem participar, há transportes organizados a sair do Couço.

domingo, 18 de setembro de 2011

Sitio Classificado da Agolada.

Como dizia o poeta: " o mundo pula e avança como bola colorida entre mãos de uma criança". Infelizmente nem sempre esse avançar é o mais correcto e a evolução dos tempos não é sempre significado de melhorias nas vida dos seres humanos.

A perspectiva dos três oitos, defendia que é possível dividir um dia em três períodos e assim ajudar a sociedade a desenvolver-se e ao mesmo tempo ter qualidade de vida e evoluir enquanto ser humano tanto a nível pessoal como profissional.

Sabemos que hoje e devido em muito às mudanças que o mundo do trabalho tem sofrido tanto em horários como em aspecto de localização, hoje é cada vez mais raro alguém trabalhar oito horas e depois poder ir relaxar e gozar algum tempo livre.

Existem locais que bela sua beleza natural e pela sua proximidade dos aglomerados populacionais, são locais com características ideais para que as populações mais próximas possam desfrutar deles.
Um desses sitio é o Açude da Agolada. Lembro-me de ir lá em miúdo com os meus pais e ver o Açude repleto de famílias que aproveitavam os fins de semana para fazerem pic-nics, para pescarem ou simplesmente tomarem banho nas águas da Agolada.
Mais recentemente e embora com muita irregularidade, sempre que me é possível aproveito para ir correr um pouco até lá. Tenho observado assim ao longo dos tempos a degradação que este lugar, aliás considerado como sítio classificado pelo Ministério do Ambiente, tem sofrido ano após ano.

Na realidade a caminho do Açude já se acham pequenas pérolas do desmazelo político que vai havendo no concelho de Coruche, seja as estradas esburacadas, as canas e o mato a entrar pela estrada a dentro, esgotos entupidos ou até simplesmente uma placa toponímica completamente degradada.
Mas o Açude da Agolada,, está realmente "entregue aos bichos". Ele é bancos partidos e reparados pela boa vontade de alguém, vedações partidas e igualmente reparadas, casas de banho desactivadas, chafarizes sem torneiras e sem água, painéis informativos e o circuito de manutenção completamente destruídos e sobretudo muito lixo.

Enquanto este espaço se degrada a maioria do PS na Câmara de Coruche faz de conta que não vê nada e vai deixando passar. Aliás a única coisa que tem feito é pagar aos nadadores salvadores para no Verão vigiarem o local.

Este é mais um exemplo da falta de coragem do PS em Coruche e enquanto isso o Açude da Agolada que deveria  estar cuidado e disponível para todos os coruchenses, pelo contrário afasta cada vez mais as pessoas.

O argumento de que as pessoas degradavam o Açude já há muito que caiu  por terra, visto que na altura em que a CDU estava no poder na Câmara de Coruche, este era limpo e arranjado sempre que preciso. E agora? agora é ver as fotos.











Lamentável mas é verdade e enquanto isso vão brincando aos comboios.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mentiras e A23.

Na passada sexta- feira dia 9 de Setembro, foi a votação na Assembleia da República o projecto de resolução do PCP que previa o fim das portagens na A23. O resultado da votação e ao contrário do que era previsto pelas promessas eleitorais, foi um chumbo imposto pela troika nacional.

É reconhecido por todos a importância que esta estrada tem para as populações do Norte do Distrito de Santarém e o facto de não haverem verdadeiras alternativas, no entanto os 9 deputados do PSD, PS e CDS eleitos pelo circulo eleitoral de Santarém, tiveram a coragem devotar contra esta proposta do PCP.

Assim se vê os escrúpulos desta gente!  Desfizeram-se em declarações de voto mas o mal já estava feito.
Mentiram e burlaram quem votou neles!

Verdadeiros bandidos a roubar o povo!

domingo, 11 de setembro de 2011

A Rádio não disse, a Televisão não mostrou:

A Rádio não disse, a Televisão não mostrou, não porque não fosse um dos maiores momentos políticos do País ou que em matéria cultural fosse uma Festa muito inferior às de outros anos... simplesmente não interessa mostrar o vigor desta grande Festa e do grande colectivo partidário que é o PCP.

Não deixa de ser até irónico, a roçar o sádico o destaque que foi dado pela comunicação social ao Congresso do PS. Momento de fantochada do sistema, onde o Seguro, o  fantoche do sistema que serviu de abutre na noite das eleições legislativas e que agora carregado em ombros tenta fazer  de pipo para esvaziar a pressão existente em Portugal e assim evitar a contestação já existente, encenava a cada gesto uma manobra de diversão. Ele era vê-lo a deslocar-se até à comunicação social e a cumprimentá-los!

Quanto ao servir de pipo eu pessoalmente não tenho duvidas nenhumas, veja-se o Mário Soares cheio de emoção. Pudera este rapaz acalma os ânimos e assim tudo continua supostamente bem na pequena democracia burguesa que ajudou a erguer. 

Mas voltando ao inicio; não quiseram mostrar, mas há quem tenha profissionalismo no jornalismo. Deixo aqui um artigo do Jornalista do DN, Pedro Tadeu. O mesmo que foi perseguido por causa do conhecimento que tinha das escutas telefónicas em torno do processo "Casa Pia" e talvez mais algum.

O que eu aprendi com a Festa do Avante
 Ao longo da vida, aprendi várias coisas com a Festa do Avante!, onde este fim-de-semana não fui. Comecei, na adolescência, por sentir como é emocionante ouvir música amplificada em milhares de watts eléctricos soprados ao ar livre, coisa então rara de se ouvir em Portugal. Descobri que havia muitas músicas, de muitas partes do mundo, a soar tão ou mais excitantes do que o rock que tocava no meu gira-discos. Entendi, assim, como era diverso o planeta.
Vi divertirem-se, juntos, velhos e novos, pais e filhos. Olhei, pela primeira vez, com atenção, para uma exposição de pintura. Bebi, desconfiado, um cocktail taino. Provei sopa de cação. Namorei deitado na relva. Foi ali que um tipo, que não conhecia e me chamava camarada, me convenceu a cortar o cabelo à escovinha na véspera de eu ir para a tropa.
Trabalhei alguns meses no gabinete de projecto da Festa do Avante!, comandado pelo engenheiro e recordista da resistência à tortura do sono, Fernando Vicente, e pelo grande artista plástico Rogério Ribeiro. Ali imaginei o que seria ser Deus antes do Génesis e soube como o desenho numa planta de arquitecto se transforma num painel, numa canalização, numa rede eléctrica, num balneário, num camarim, num jogo de bandeiras decorativas, numa exposição, num palco, numa tasquinha, num pequeno mundo complexo, num ecossistema de três dias preparado para receber meio milhão de pessoas.
E, depois, calhou trabalhar com Ruben de Carvalho, o homem mais impressionante que já conheci, pensador e produtor por 35 vezes do programa cultural deste festival, um recorde do mundo. Com ele aprendi ser sempre mais difícil decidir quem actua a meio da tarde do que escolher quem encerra a noite. Vi como era preciso ter coragem para dizer não a músicos ligados ao PCP, que caíam na tentação de querer transformar a festa de todos numa coutada exclusiva.
Aprendi como se fabricam as grandes ideias e as dezenas de horas de discussão redonda, esgotantes, que é preciso ter para lá chegar. Vi como surgiram os filões das músicas brasileiras, folk ou africana, sempre um pouco à frente das modas em que elas depois se transformaram, e registei como aconteceu a que agora é marca definitiva do evento: o grande concerto de música clássica.
Na Festa do Avante! ensinaram-me, como a muitos outros, o essencial do que me transformou num profissional bem-sucedido: é preciso entender o quadro geral de um problema e dar importância aos detalhes que fazem a diferença.
Ali aprendi, portanto, que a cultura, afinal, é mais importante do que a política... Não é, Ruben?