quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Festa vai começar.

A Festa do Avante 2011 já arrancou há muito tempo com a sua construção a começar logo em Junho.
No entanto e agora que estamos a menos de uma semana para a Festa abrir as portas a quem a queira visitar, faz todo o sentido deixar algumas imagens do seu processo de construção e de quem nela trabalha um Verão inteiro para construir uma cidade que durante três dias por ano é o modelo de sociedade em que os comunistas acreditam. Uma sociedade mais justa e solidaria, construída com o esforço de  todos e para o bem de todos.

Ficam as imagens das Jornadas de trabalho para a implantação da Festa do Avante 2011:










Solidariedade podre.

Ontem e tal como havia sido anunciado pela Comissão de Utentes de Serviços Públicos da Freguesia do Couço, a população do Couço deslocou-se até à sede nacional dos CTT, onde se manifestou e exigiu à administração a rápida reabertura do balcão dos CTT na vila do Couço.

Estiveram nesta concentração mais de 80 pessoas e mais teriam ainda estado se houvesse um maior número de transportes organizados.

O balcão dos CTT no Couço para além de ser um direito de todos os munícipes daquela freguesia uma vez que é um serviço público e que além do mais existe na vila há mais de 100 anos, adquire no actual contexto económico e social uma enorme importância, ou não fosse esse o local onde eram pagas as reformas aos muitos idosos da freguesia. Idosos esses que caso não levantem ali as suas reformas, são forçados a deslocarem-se até Coruche e a gastarem sensivelmente 10€ em bilhetes de autocarro para o poderem fazer e aqui recorde-se que infelizmente existem muitos idosos cujo a sua reforma é de 227€.

A administração dos CTT recebeu uma delegação da Comissão de Utentes e os motivos apresentados para o  encerramento são os mesmo de sempre; não é rentável o balcão dos CTT no Couço. Até seria irónica esta argumentação, não se tratasse de uma empresa do estado e cujo a principal preocupação deveria ser servir a população. Mais grave é falar-mos de uma empresa que com 34 milhões de lucro no 1º semestre de 2011, encerra balcões por  esse País fora contribuindo para um aumento do desemprego, da precarização laboral  e para a desertificação do interior do País.
De forma simbólica os manifestantes libertaram alguns pombos correios em frente à administração dos CTT com o objectivo de simbolizar e demonstrar o retrocesso que o encerramento do balcão  dos CTT representa; voltamos há época dos pombos correios!

Outro facto não menos curioso é a forma como a Câmara Municipal se tem posicionado em relação a esta luta. É sabido que a Câmara já em processos anteriores como foi o encerramento da Segurança Social na Freguesia do Couço, acabou por  capitular e assumir uma parte dos serviços da Segurança Social, ficando a população privado dos restantes serviços com a complacência da Câmara Municipal.

No caso dos CTT a CDU na Câmara apresentou uma moção de solidariedade e de apoio à luta contra o encerramento do balcão dos CTT no Couço, moção essa que por sugestão do PS foi alterada e onde foi introduzido um parágrafo que salientava que tal como a Junta de Freguesia a Câmara não teria sido informada do encerramento do Balcão. 
A moção foi aprovada por unanimidade.

Precisando de organizar transportes para o protesto em Lisboa a Comissão de Utentes solicitou à Junta de Freguesia e à Câmara Municipal.  A resposta do Presidente da Câmara foi de que o autocarro disponivel já estaria cedido e por isso não havia hipótese de ceder esse apoio.

Mas que bela solidariedade!

A Junta de Freguesia com muito menos recursos emprestou a sua carrinha e alugou um autocarro, a associação de reformados emprestou a sua carrinha e a Câmara não podia alugar um autocarro?

Esta é mais uma das situações em que se percebe o perfil do PS e da sua maioria na Câmara de Coruche. Querem ficar bem para a foto mas na altura de actuar são os primeiros a abandonar as populações.
Bem podem falar de dificuldades financeiras e crise, mas o que é certo é que para continuarem a pagar 7 mil euros por  mês à CP pelo comboio e mais uns tantos euros ao táxi que faz a ligação ao comboio, não falta  dinheiro.
Quem também marcou presença na concentração foi o deputado do PCP João Ferreira e um representante da União dos Sindicatos de Santarém.

O que é certo é que com Solidariedade Podre da Câmara ou não, a luta do Couço em defesa dos serviços públicos na freguesia vai continuar.








sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Couço Luta e Resiste.

Comunicado à População
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos da Freguesia do Couço exige a manutenção do Posto dos CTT
No primeiro dia de encerramento do Posto dos CTT, dia 16 de Agosto de 2011, o Povo do Couço saiu à rua para protestar contra mais esta arbitrária afronta aos seus direitos, numa concentração que juntou mais de 200 pessoas.
Joaquim Galvão e Ortelinda Graça, da Comissão de Utentes, usaram da palavra para denunciar a contínua degradação dos serviços públicos na freguesia, tendo na ocasião lido mensagens de solidariedade de outras comissões de utentes, nomeadamente do concelho de Benavente.
Foi dada a palavra ao presidente da Junta de Freguesia, Luís Alberto Ferreira, que esclareceu os presentes dando conta das iniciativas da Junta para contrariar o encerramento dos serviços públicos na freguesia, nomeadamente da Segurança Social e Correios. Colocou ainda a questão da falta de efectivos no posto da GNR e do aumento do preço da água à população.
Na sequência das intervenções foi lida e aprovada por unanimidade uma Moção em que se apela a diversas entidades para que reconsiderem posições, - entre as quais ao Ministério da Economia e Emprego e ao Conselho de Administração dos CTT, - no sentido de que o posto de Correios não venha a ser encerrado. Moção que já lhes foi enviada.
A população manifestou a sua indignação e disponibilidade para continuar a luta em defesa deste e dos outros serviços públicos na freguesia, tendo mandatado a Comissão de Utentes, no sentido da dinamização de novas iniciativas com esse objectivo.
No passado dia 22 de Agosto a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos da Freguesia do Couço reuniu na Casa do Povo e decidiu promover novas acções de luta para de se continuar a reivindicar junto de quem de direito o acesso ao Serviço Público de Correios na Freguesia, entres as quais:
- Pedido de reunião com o Conselho de Administração dos CTT;
- Pedido de audição aos diversos Grupos Parlamentares na Assembleia da República;
- Acção de Luta e Protesto no próximo dia 30 de Agosto, com deslocação de uma delegação do Couço à sede nacional dos CTT em Lisboa, onde se fará uma largada de “pombos correio” relembrando assim, simbolicamente, o retrocesso civilizacional inerente ao possível encerramento dos CTT na Freguesia.
Apelamos a que a população se junte a este protesto na Sede Nacional dos CTT, inscrevendo-se no autocarro disponível para o efeito. As inscrições poderão ser feitas na Junta de Freguesia do Couço.

A COMISSÃO DE UTENTES DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DA FREGUESIA DO COUÇO
 


Mais uma vez as gentes do Couço são um exemplo de coragem e de determinação na luta por uma vida melhor.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

E Agora Libia?

E agora Líbia? Um verdadeiro clima  de guerra civil, milhares de mortos e feridos e qual é o futuro? 
A informação e contra- informação é muita, os rebeldes dizem estar por horas a queda do regime e os apoiantes do regime afirmam resistir e que ainda nada está perdido.

Não sou um apoiante nem um seguidor do Khadafi, no entanto julgo ser importante deixar algumas considerações sobre a realidade quotidiana da Líbia e do que de momento se está a passar.

Tenho um camarada de trabalho lá na empresa que nos anos 80 (e já foi há 30 anos) que esteve a trabalhar na Líbia. Segundo ele era o único país onde nunca imaginava poder haver este tipo de revolta.
 Porquê? Porque o Khadafi é um louco com pulso de ferro? Não. Porque as pessoas viviam bem.

Quando esse colega foi trabalhar para a Líbia foi numa altura controversa, em que a Líbia sofria embargos e que o senso comum dizia estar contra tudo e contra todos, aliás a Líbia era acusada de terrorismo e Ronald Regan Presidente dos EUA em 1986 mandou bombardear diversos alvos em Tripoli, com o resultado de 130 mortos.

No entanto e para os mais esquecidos, em Portugal nos 80 viveram-se momentos terríveis e não eram poucos os trabalhadores que tinham salários em atraso e como tal esse mesmo colega resolveu arriscar a sua  sorte e ir trabalhar para a construção civil fora do País.

Foi então para a Líbia construir casas/ vivendas para o povo Líbio. Descreve ainda hoje a Líbia como um país com heranças religiosas e culturais muito rigidas, mas que no entanto os seus cidadãos eram protegidos pelo governo.
Não viu fome, não viu pessoas sem casa, não viu ninguém mal vestido, nem ninguém a sofrer com o desemprego ou problemas relacionados com drogas sejam elas álcool ou outras substancias.

Todos os Líbios tinham a sua casa oferecida pelo Estado, todos os Líbios tinham um subsidio mensal atribuído pelo Estado Líbio e proveniente da mais valia do petróleo que era entendido como sendo de todos.

Um País que segundo alguns o seu maior problema era a falta de consciência para as questões ambientais, sendo a gasolina tão barata que o uso do automóvel era recorrente para tudo e as noções de recolham de lixo não eram compatíveis com os padrões ocidentais.

Não digo que fosse o melhor dos mundos, aceito que a falta da liberdade acabe por ser com maior facilidade uma faísca no rastilho da revolta, mas e agora?

Para onde querem ir os Líbios? Os revoltosos não são revolucionários porque não pretendem romper com um modelo antigo de sociedade, mas querem sim instaurar esse modelo. Vão abdicar dos seus direitos e da sua soberania em troca de o quê? 

Vai a Líbia voltar até 1970 e permitir de bom agrado que os EUA voltem a ter bases militares no seu solo? Vai voltar a concessionar a exploração do petróleo privando o seu povo da sua mais valia?

Mais que a queda de Khadafi é isto que está em causa. Interesses económicos. A Nato continua todos os dias a bombardear a Líbia e  não estão propriamente interessados no povo Líbio, mas sim na exploração dos seus recursos.

Num modelo de sociedade falhada em que vemos todos os dias os resultados das contradições do capitalismo, como foi o caso da Inglaterra e do levantamento desconcertado dos seus jovens que mais tarde viriam a ser presos numa autêntica acção de terrorismo de estado, dá que pensar é esse o futuro que alguns Líbios querem.

Vamos a ver se não se arrependem dos préstimos do Imperialismo Norte Americano... afinal estão apenas a ser o queijo na ratoeira.










terça-feira, 16 de agosto de 2011

Couço em Luta.

Mais uma vez o Couço dá o exemplo:


Numa manobra covarde a administração dos CTT encerrou os serviços dos CTT na Freguesia do Couço em pleno mês de Agosto. No entanto o povo do Couço mais uma vez dá o exemplo e recusou-se a capitular com esta situação.

Foram cerca de 200 pessoas que se concentraram em defesa deste serviço público na freguesia. 

Não deixa de ser irónico que uma empresa cujo o objectivo primário deveria ser prestar um serviço público à população, obtenho no 1º semestre deste ano um lucro de 64 milhões de euros e ainda assim encerre balcões atrás de balcões. É de facto um serviço sujo mas que o governo anterior e o actual não se importam fazer pois afinal o objectivo é privatizar. 

Enganam-se no entanto se pensam que a contestação vai parar. No Couço e à semelhança de muitas outras localidades do País, já existe uma comissão de utentes e a luta irá certamente continuar.

Afinal o povo do Couço sempre foi um exemplo e é bom que disso não se esqueçam.







domingo, 7 de agosto de 2011

A Morte saiu à Rua.

Vindo das férias cá estou eu de volta e com vontade de consegui voltar a marcar compasso no "Ventos".

Volto bastante bem disposto e até com algumas saudades do trabalho. O Verão está em força e dentro de poucos dias começam as Festas de Coruche, seguidas pela Festa do Avante nos dias 2, 3 e 4 de Setembro. Festa à qual irei regressar nos próximos dias para ajudar a construir.

Infelizmente fui para férias com um post de uma notícia bastante triste e infelizmente regresso com um igualmente triste e que só não publiquei anteriormente por não ter acesso a nenhum PC durante as férias.

No dia 28 de Julho telefonei para casa do meu camarada Manuel Coelho  e fui informado pela familia de que o seu estado de saúde se tinha gravado.

Sabia que não era fácil resolver o seu problema de saúde, de alguma forma até já imaginava o desfecho trágico, no entanto não estava preparado para receber a noticia no dia a seguir.
No dia 29 de Julho fui acordado pelo telemóvel. Era a minha mãe a informar que o Manuel tinha falecido durante a noite.
O Manuel era um grande homem, de grande coração, com uma grande inteligência e perspicácia e sobretudo muito teimoso. Se o digo é porque muitas vezes me vi confrontado com a sua teimosia e porque sei que o lhe disse muitas vezes.

Conheci o Manuel Coelho quando me filiei no partido. Fizemos uma quantas campanhas eleitorais juntos e foi principalmente na última campanha para as eleições autárquicas em 2009, quando o Manuel deu o corpo às balas e concorreu como cabeça de lista da CDU à Freguesia do Biscainho, que pude observar o seu carácter de lutador e  revolucionário.
Após a traição sofrida naquela Freguesia, a luta era severa e o Manuel não só aceitou representar a CDU, como quase sozinho organizou uma lista de pessoas honestas com competência para representar uma alternativa. Um combate desigual, mas onde não teve grandes problemas no debate politico em vencer o actual Presidente da Junta de Freguesia do Biscainho, como se verificava no debate na Rádio Voz do Sorraia.
Para si não era difícil, era um homem que conhecia bem o concelho e as pessoas.

Eleito na Assembleia Municipal até ao presente mandato e vereador da Câmara Municipal de Coruche entre 87 e 89, foi um dos grandes responsáveis pela duplicação dos votos da CDU na Malhada Alta onde residia, pela construção da casa mortuária dessa localidade, pela dinamização da actividade desportiva no concelho nomeadamente no Grupo Desportivo e Recreativo da Malhada Alta, onde assumia tarefas de elevada responsabilidade.

Acutilante nas suas intervenções, muitas das vezes e por se sentirem incomodados, os seus adversários tentavam fazer troça de si, no entanto a sua seriedade e a sua superioridade ética e moral nunca permitiu que tivessem verdadeiros argumentos para o confrontar.

O Manuel Coelho era Comunista. Até a doença o afastar da frente de combate esteve sempre lá. Quando já não podia mais manteve-se na retaguarda e sempre atento ao mundo que o rodeava. Pude comprovar isso mesmo nas ultimas eleições Presidenciais quando ainda doente se preocupou em encontrar substituto para si na mesa de voto da Malhada Alta.

Muitas mais palavras podiam ser ditas sobre o Manuel, mas  a verdadeira homenagem é a sua recordação e o seu exemplo enquanto homem e enquanto revolucionário e esse jamais irá cair no esquecimento.

Até sempre camarada.