sábado, 19 de fevereiro de 2011

Conversa Fiada.


Em relação a esta matéria, mais que conversa fiada e de que areia para os olhos, o que os trabalhadores da Câmara Municipal, gostariam realmente de saber era quando é que a maioria do PS na Câmara de Coruche vai cumprir a sua promessa e implementar a Opção Gestionária.

Certamente que também os trabalhadores gostariam de ver esclarecido por parte do Presidente da Câmara, o porquê de supostamente e segundo o próprio, "não haver disponibilidade financeira" para esse acto politico e administrativo, mas para haver disponibilidade para:
  • Protocolo com a Codelaria Alter Real.
  • Protocolo com a Plural Eventos para que seja feita publicidade ao Município na telenovela.
  • Pagamento de almoços no refeitório municipal e em restaurantes aos técnicos e elenco da novela.
  • Abastecimento de combustível de forma gratuita, nas instalações da Câmara na ZI, para as viaturas da novela.
  • Contrato para empresa privada gerir o facebook e outras plataformas de informação da Câmara.
É claro que isso não interessa explicar.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Táticas e Artimanhas.

"O regime do presidente Hosni Mubarak recorreu a uma velha táctica para tentar desmobilizar os protestos dos manifestantes na praça Tahrir. 

Egipto aumenta Função Pública em 15% para travar revolta popular (DE)O governo egípcio anunciou ontem a sua mais recente ofensiva para tentar pôr fim às revoltas contra o presidente Mubarak que duram há duas semanas.
No final do conselho de ministros, o primeiro desde o início do levantamento popular, foi anunciado que os cerca de seis milhões de funcionários públicos irão receber um aumento de 15% a partir de Abril. Em média, um funcionário público egípcio ganha, por mês, cerca de 149 euros. Segundo o novo ministro das Finanças, Samir Radwan, foram colocados de parte cerca de 805 milhões de euros para cobrir esta nova despesa."  

in Público 8/2/11 por Pedro Duarte

Mas onde é que eu já vi isto? Ha, já sei: 


Em situação de aperto "vale tudo". Bem pertinente, três dias antes das eleições autárquicas de 2009.

Resta esperar que os Egípcios não tenham a mesma sorte dos trabalhadores municipais, que no dia 12 de Dezembro de 2009 viram o Presidente negar o que antes havia prometido.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Um dia em cheio.

Tenho andado bastante atarefado nos últimos dias com o estudo e com as diversas tarefas que tenho que cumprir e como tal tem-me sido bastante difícil fazer qualquer actualização que seja no "Ventos de Abril". No entanto e tendo em conta  dois acontecimentos hoje ocorridos, os quais julgo de interesse, não podia deixar de vir até "aqui".

A manhã começou cedo e às 7.15h já estava à porta de uma empresa do sector em Almeirim. Fazia trabalho regular de contacto com os trabalhadores e distribuir um comunicado do SIESI aos mesmos.

Por volta das 7.40h fui surpreendido por um "Mercedes" que entrou a alta velocidade nas instalações da empresa. Era o patrão.
Visivelmente incomodado com a minha presença, o Sr. injuriou de tudo e mais alguma coisa o movimento sindical, afirmou-se sindicalista (ironia) e fez todo um alarido digno de um reaccionário nos anos gloriosos do PREC.
A encenação foi tal que chamou um trabalhador para que este me dissesse que não lhe deviam nada.
Confesso que a situação me incomodou um bocado, não por todas as inverdades e disparates disparados, mas sim pelo estado de "pilha de nervos" em que estava o Sr.

Obviamente não deixei de fazer o que estava a fazer e quem acabou por voltar para casa foi o Sr.

Mais tarde alguns trabalhadores ligaram-me a cumprimentar-me, a desvalorizar os gestos do patrão e a afirmar que dissesse ele o que dissesse, sabiam que o sindicato estava ali para os ajudar.

De Almeirim, fui a Évora. Continuação do julgamento de uma multinacional de material  electrónico, que fazendo a sua leitura da lei, obrigou de 2006 a 2009 os trabalhadores a fazerem 6 dias de trabalho extraordinário não remunerado, para alegadamente terem direito aos 22 dias úteis de ferias.

O julgamento já ia na sua 5 ª sessão, o que se começava tornar numa tormenta, quando para surpresa de todos no inicio da sessão o advogado da empresa propõe ao tribunal um acordo em dinheiro para os trabalhadores.

Situação curiosa para uma empresa, poderosa multinacional que nada teme, que tudo faz na legalidade (ironia) e de repente verga perante um grupo de operários que despediu em 2009, após um período de lay-off.

Poderam então aquele conjunto de trabalhadores sair do Tribunal de Trabalho de Évora com uma quantia total de 22 mil euros.

Esta situação comprova a velha máxima: "Quando se luta nem sempre se ganha, mas quando não se luta perde-se sempre". 

Vitória com sabor especial para quem foi durante anos usado e abusado pela sua empresa e que mais tarde se viu desempregado e com uma empresa de trabalho temporário a efectuar o seu trabalho.

Fez-se justiça e voltará a fazer-se caso os mais de 1200 operários da fábrica assim o queiram.

Parva que sou.

Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
 
Que parva que eu sou!
 
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
 
Que parva que eu sou!
 
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
 
Que parva que eu sou!
 
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
 
Que parva que eu sou!
 
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
 
Que parva que eu sou!
 
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
 
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Deolinda "Parva que sou".