quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Renascido.

Este post pode ser para alguns sinónimo de "uma grande parvoíce" ou simplesmente de "fraqueza", mas para mim não é uma questão de menor importância, pois tem a ver com uma temática que a todos os amantes dos animais diz respeito; os direitos dos animais.

Há 2 meses atrás foi-me oferecido um pequeno gato. Gosto imenso de gatos, da sua independência em relação aos donos, da forma como agem e dos momentos de alegria que transmitem através do sua forma de estar.

O gatinho foi encontrado abandonado, num estado deplorável. Depois de umas idas ao veterinário foi lhe diagnosticado FELV, o equivalente à leucemia nos humanos. Doença grave, mas que desde que controlada com medicação diária não afastaria o gatinho da sua qualidade de vida.

Decidi dar-lhe o nome de um lutador, pois havia resistido à doença e ficado como novo. Juntei essa característica à de  constantemente "socar" o rato de brincadeira e ironicamente passei a chamar-lhe Rocky.

Com a medicação melhorou a olhos vistos e rapidamente conquistou todos cá em casa.

A brincadeira favorita, subir para o telhado, descer para a frente da casa e miar à porta para que a abram e possa entrar.

Tudo isto parece uma conversa de tolo, mas estou a chegar ao cerne da história.

No passado dia 11 de Dezembro, saiu de casa e fez a brincadeira do costume... no entanto não voltou a surgir na frente da casa.

Foram dias e dias a procurar, espalhar cartazes, meter anuncio na rádio e nada. A veterinária alertou para o facto de que sem medicamento, não iria sobreviver mais de 7 dias.

A busca foi até ao limite, mas nada. A determinada altura enterrei o machado e desisti... não havia mais nada a fazer e pensar no assunto fazia tudo menos bem.

Como é óbvio, achei muito estranho o desaparecimento do gatinho, mas ainda assim nem uma pista e por isso seria injusto fazer falsos juízos de valor.

Na passada  segunda- feira recebi uma chamada. Uma Sra. que viu o último dos cartazes e achou o Rocky muito parecido com um gatinho que apareceu pela altura do Natal na empresa onde trabalha.
Foi-me dada autorização para nesse mesmo dia à noite entrar dentro da empresa e procurar o gatinho. 

O gatinho correu assim que o chamei. Transbordava felicidade. Ainda tive algumas dúvidas, pois tinha passado um mês e realmente estava um pouco diferente, fosse pelo facto de ter crescido ou por estar extremamente sujo.
Depois de uma boa lavagem já não havia dúvida, era o Rocky. Sobreviveu sem medicamentos devido à comida que naquele armazém de produtos químicos lhe era dada.
Obviamente o seu estado de saúde não era de longe o melhor, mas ainda assim é surpreendente.
Nesta altura, já medicado está quase como novo! Como que renascido, pela segunda vez.

Se tive dúvidas, agora já não tenho. O animal foi agarrado, transportado e abandonado. É impossível não ter assim. Falo de uma distância de kms,  com inúmeras pontes pelo meio.
É impensável  pensar que um gato com meses saí de Santo Antonino e vai até à Zona Industrial sozinho.

O que mais surpreende é o facto de alguém ter coragem para tal barbárie. É preciso muita maldade, para abandonar um bicho e virar costas como se não fosse nada consigo.
No mínimo é muito triste tal situação. Falta de vida própria ou simplesmente vontade de ser mau.

O que me interessa é que o gato esteja recuperar, feliz acaso o facto de alguém ter visto o cartaz e ter associado a um gato abandonado que vagueava por um armazém. No entanto não posso deixar de lamentar a estupidez com que alguém comete tal impropério.

Certamente quem o fez nunca irá ler este post, mas fica para quem o ler e entenda que os animais não são um objecto e como tal, todo e qualquer contributo para denunciar e intervir contra este tipo de situações é uma passo para que não voltem a ocorrer mais situações destas.