quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Esperança na ruptura e mudança.

Ontem dia 18 de Janeiro, estive numa reunião institucional a pedido do SIESI com a directora de um ACT.
Os objectivos era claros da nossa parte; a reunião  serviria para questionar o ACT sobre as diligências que supostamente estaria a efectuar para que uma multinacional instalada naquele distrito, passa-se finalmente e tal como é definido pelo Código do Trabalho, a atribuir 22 dias férias aos seus trabalhadores.

A empresa a que me refiro, carinhosamente trata os seus trabalhadores por colaboradores. No entanto não tem qualquer tipo de prurido em, desde o ano de 2007  "saquear" dias de férias aos seus trabalhadores. A desfaçatez é tanta, que ainda assim não satisfeitos com essa acção, aplicam Lay-off, fazem despedimentos colectivos, abusam da contratação através de empresas de trabalho temporário, praticam salários diferentes entre os trabalhadores temporários e os da empresa, atribuem aumentos salariais de 3 € e de forma discriminatória, alteram categorias, etc. Tudo isto com uma certa conivência do ACT que intervenção após intervenção em concreto nada resolve.

Em relação às ferias o ACT tem- se sempre escudado através de um parecer de 1999 do actual director regional, embora ele próprio já tenha no ano passado efectuado outro parecer que contraria o anterior e que determina que todos os trabalhadores têm direitos aos 22 dias úteis de férias.

A história não fica por aqui e após intervenção do SIESI, a 12 de Novembro o Inspector Geral emitiu um parecer a dar nota das mesmas conclusões do director regional.

Reconhecida a justeza da reivindicação daqueles trabalhadores em relação ao seu direito a férias, a empresa neste momento deveria estar já a permitir o gozo das férias em atraso desde 2007, nem mais nem menos que 7 dias por ano e a pagar esse tempo em triplicado como manda a lei.
Para que melhor se entenda, falamos para além dos 7 dias por ano que cada trabalhador tem para gozar de cerca de 2000€ que a empresa deve a cada trabalhador.

No entanto nada disto acontece. Segundo o ACT já há 2 meses que informaram a empresa, mas até ao momento nada.

Não consigo deixar de ficar estupefacto com a conivência tida com esta empresa. Instalam- se fazem as leis deles, borrifam- se para o ACT, para o Inspector Geral, para a lei, para o ministério e para os trabalhadores e no entanto nada lhes acontece.
Sou sensível à falta de meios humanos de que o ACT se queixa, mas em 2 meses não houve um minuto para este processo?

Resumindo, saímos da reunião com a ideia que tão depressa não seriam efectuadas as diligências junto da empresa.

Acabado de sair da reunião e como seria de esperar com a moral dos delegados sindicais em baixo, devido a tanta falta de vontade encontrada (pelo menos foi essa a ideia que ficou no ar), recebemos uma chamada urgente dessa mesma empresa.
Tinham acabado de boicotar as eleições para os representantes dos trabalhadores em Segurança e Saúde no Trabalho, matéria onde nem tão pouco têm competência para intervir.

É este o Portugal real. O Portugal dos "colaboradores", expressão contemporânea para explorados.

A revolta e a angústia da justiça fugir constantemente dos trabalhadores enquanto os exploradores continuam a sair impunes com milhões de euros no bolso é mais que muita e a cada dia que passa a certeza e a esperança na ruptura e mudança com o actual sistema é directamente proporcional ao meu descontentamento.

Essa  certeza e essa esperança num país melhor são quem me faz defender de corpo e alma a candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República.

Ontem em Alpiarça, Francisco Lopes deu um enorme comício, quer pela participação quer pelo seu conteúdo. Estou certo que é o único candidato capaz de acabar com o "deboche" geral em que está o nosso País, o único que fala a língua dos trabalhadores pois sabe das dificuldades com que se defrontam diariamente.

Venham as sondagens que vieram, domingo dia 23 os eleitores irão escolher e estou convicto que Francisco Lopes vai ter uma grande votação.

Francisco representa a mudança, a mesmo a que não me faz desistir e ter a certeza que mais cedo ou mais tarde situações como as anteriormente aqui referidas, irão ter que acabar.

Termino com uma das frases do refrão de  uma grande música de "Garotos Podres", banda punk- rock brasileira que com  o tema "Fuzilados da CSN" homenageia a luta dos operários da Companhia Siderúrgica Nacional e que me parece adequada ao acto eleitoral do próximo domingo: "Hoje o Futuro nos pertence".  

Fotos cedidas por Carolina Ambrósio