Ontem e tal como havia sido anunciado pela Comissão de Utentes de Serviços Públicos da Freguesia do Couço, a população do Couço deslocou-se até à sede nacional dos CTT, onde se manifestou e exigiu à administração a rápida reabertura do balcão dos CTT na vila do Couço.
Estiveram nesta concentração mais de 80 pessoas e mais teriam ainda estado se houvesse um maior número de transportes organizados.
O balcão dos CTT no Couço para além de ser um direito de todos os munícipes daquela freguesia uma vez que é um serviço público e que além do mais existe na vila há mais de 100 anos, adquire no actual contexto económico e social uma enorme importância, ou não fosse esse o local onde eram pagas as reformas aos muitos idosos da freguesia. Idosos esses que caso não levantem ali as suas reformas, são forçados a deslocarem-se até Coruche e a gastarem sensivelmente 10€ em bilhetes de autocarro para o poderem fazer e aqui recorde-se que infelizmente existem muitos idosos cujo a sua reforma é de 227€.
A administração dos CTT recebeu uma delegação da Comissão de Utentes e os motivos apresentados para o encerramento são os mesmo de sempre; não é rentável o balcão dos CTT no Couço. Até seria irónica esta argumentação, não se tratasse de uma empresa do estado e cujo a principal preocupação deveria ser servir a população. Mais grave é falar-mos de uma empresa que com 34 milhões de lucro no 1º semestre de 2011, encerra balcões por esse País fora contribuindo para um aumento do desemprego, da precarização laboral e para a desertificação do interior do País.
De forma simbólica os manifestantes libertaram alguns pombos correios em frente à administração dos CTT com o objectivo de simbolizar e demonstrar o retrocesso que o encerramento do balcão dos CTT representa; voltamos há época dos pombos correios!
Outro facto não menos curioso é a forma como a Câmara Municipal se tem posicionado em relação a esta luta. É sabido que a Câmara já em processos anteriores como foi o encerramento da Segurança Social na Freguesia do Couço, acabou por capitular e assumir uma parte dos serviços da Segurança Social, ficando a população privado dos restantes serviços com a complacência da Câmara Municipal.
No caso dos CTT a CDU na Câmara apresentou uma moção de solidariedade e de apoio à luta contra o encerramento do balcão dos CTT no Couço, moção essa que por sugestão do PS foi alterada e onde foi introduzido um parágrafo que salientava que tal como a Junta de Freguesia a Câmara não teria sido informada do encerramento do Balcão.
A moção foi aprovada por unanimidade.
Precisando de organizar transportes para o protesto em Lisboa a Comissão de Utentes solicitou à Junta de Freguesia e à Câmara Municipal. A resposta do Presidente da Câmara foi de que o autocarro disponivel já estaria cedido e por isso não havia hipótese de ceder esse apoio.
Mas que bela solidariedade!
A Junta de Freguesia com muito menos recursos emprestou a sua carrinha e alugou um autocarro, a associação de reformados emprestou a sua carrinha e a Câmara não podia alugar um autocarro?
Esta é mais uma das situações em que se percebe o perfil do PS e da sua maioria na Câmara de Coruche. Querem ficar bem para a foto mas na altura de actuar são os primeiros a abandonar as populações.
Bem podem falar de dificuldades financeiras e crise, mas o que é certo é que para continuarem a pagar 7 mil euros por mês à CP pelo comboio e mais uns tantos euros ao táxi que faz a ligação ao comboio, não falta dinheiro.
Quem também marcou presença na concentração foi o deputado do PCP João Ferreira e um representante da União dos Sindicatos de Santarém.
O que é certo é que com Solidariedade Podre da Câmara ou não, a luta do Couço em defesa dos serviços públicos na freguesia vai continuar.