Há algumas semanas atrás visualizei uma reportagem onde uma equipa da RTP em Atenas observava o estado de espírito do povo Grego naquela cidade.
Concluíam após algumas entrevistas que o povo grego é hoje um povo mais triste, mais deprimido e tudo devido ao rumo que os dirigentes do seu País insistem em dar-lhe. Rumo esse imposto pelo grande capital e pelos seus especuladores e que por sinal são os mesmos que vão pairando por cá.
O retrato traçado era desolador: comércio encerrado ou ás moscas, o aumento da pobreza e a explosão do desemprego. Tudo fruto de um conjunto de medidas que agora também por cá vão começar a ser anunciadas por via do orçamento de Estado.
Um orçamento de estado criminoso que é um tiro nas funções sociais do estado, que ataca os trabalhadores e os seus direitos, que é parte de um enorme retrocesso social e que já nem esconde que é um verdadeiro roubo aos trabalhadores portugueses.
Hoje os gregos iniciaram mais um dia de Greve Geral. Para além da Greve Geral e convocados e organizados pelas Centrais Sindicais, são mais de 70 mil nas ruas a reivindicar por uma mudança de políticas e de rumo para a Grécia.
Para o PSD/CDS o exemplo da Grécia de nada serve. Preferem continuar a estrangular o País e a destruir a vida dos trabalhadores.
A gravidade das medidas é tão grande que nem a UGT já consegue disfarçar e viu-se obrigada a participar numa iniciativa conjunta com a CGTP.
Está então convocada a Greve Geral. É bom que todos percebam que desta vez é a valer. O que está em causa já não é os interesses de cada um de nós mas sim os interesses colectivos de Portugal e do seu povo, a nossa soberania e o nosso futuro.
A resposta não podia já ser outra. É urgente que se demonstre o descontentamento para que as medidas agora propostas encontrem para além da oposição na AR a oposição do povo e dos trabalhadores.
Desta vez não há desculpa e ninguém pode ficar de fora. A hora é de Luta, a hora é de Greve Geral.