sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Autoritarismo.

A ultima sessão da Assembleia Municipal de Coruche foi no mínimo reveladora do carácter autoritário e desrespeitoso do  Partido Socialista em Coruche.

De forma autoritária ficou bem demarcada a forma arrogante com que esta a ser conduzido o concelho de Coruche e se de facto há algum tempo acusei o executivo de estar a transformar Coruche numa espécie de regime Madeirense, devido a falta de respeito pelas liberdades e pela oposição, nesta sessão isso ficou bem patente.

A Assembleia Municipal começou com a aprovação das actas das reuniões anteriores e aqui perante as criticas sobretudo do PSD por terem sido literalmente apagadas algumas das suas intervenções, o 1 secretario teve a desfaçatez de assumir que estas foram cortadas porque assim entendeu uma vez que nao tinham sido consideradas como declaração de voto. 
Pois bem, erro ou não uma vez que o 1 secretario e jurista de profissão, as actas devem ser o mais aproximado possível do que se passou nas reuniões da Assembleia Municipal e não o que o lápis de colorir da mesa da Assembleia considera que deve ser.
Mas de facto este e só mais um dos tiques que se tem sentido por parte da mesa que parece querer imitar o Presidente da Câmara e que muitas vezes da todo o tempo as intervenções do PS  e deixa os eleitos de outras forcas politicas sem poder dar resposta.

Seguidamente a CDU apresentou um voto de pesar pelo grande homem que foi Manuel Coelho (aprovado por unanimidade), seguido de uma moção contra a extinção de freguesias e municípios e de   um voto de recomendação. à Câmara.

Quanto à moção, gerou-se o caos no seio do PS. Era vê-los a divergir e alguns a defenderem mesmo a extinção de freguesias. Hipocrisia das hipocrisias quando PS assumiu que votaria favoravelmente a moção desde que a CDU retirasse desta, o 1º parágrafo que fazia referência à extinção estar prevista no memorando da Troika (devem ter assinado sem saber) e o parágrafo onde era afirmado a posição de estar contra a extinção de freguesias nomeadamente em Coruche.

Pergunto-me; será que pretendem fundir a Lamarosa e a Erra?
O argumento de que não estaria previsto extinções ou fusões de freguesias no livro verde, não colhe uma vez que também não estaria previsto o roubo no subsidio de Natal e aí está ele.

Quanto à recomendação fazia referência ao facto de a Câmara ter deslocado 3 trabalhadoras auxiliares de educação para  locais de trabalho diferentes dos habituais, tendo estas que percorrer uma distancia de 30 ou 50 km diárias para fazerem o seu percurso de ida e volta para o trabalho. Trabalhadoras com um vencimento de 500€, que para o fazerem precisam pelo menos de abdicar de 100€ mensais do seu salário, ficando claramente prejudicadas em relação aos seus colegas.

A bancada do PS, como bancada de esquerda responsável e ao lado dos trabalhadores, não se fez rogado e saltou imediatamente em defesas dos trabalhadores, enfrentando o Presidente da Câmara e aprovando o voto de recomendação que apontava à Câmara a necessidade de subsidiar as deslocações a estas trabalhadoras. UPS.... não foi nada disso que se passou.

Na realidade limitaram-se a votar simplesmente contra e a afirmarem que confiavam no executivo e que este não precisa de recomendações.

Ainda sobre este assunto e depois de ter demonstrado toda a sua prepotência ao Presidente da Assembleia Municipal, o Presidente da Câmara resolveu dizer que era tudo mentira. Pois bem será mesmo que é? Então e a carta que o STAL enviou aos grupos municipais e aos vereadores a expor a situação? E a reunião que houve ontem com o STAL sobre este assunto? E as perguntas feitas pelos vereadores da CDU e cujo a vereadora responsável pelo pelouro da educação fugiu a responder? E uma das trabalhadoras não é mulher de um delegado sindical do STAL?
Já nem tentam disfarçar.

Depois veio a fixação de taxas de IMI. Mais uma vez os coruchenses são forçados pelo PS a pagar a taxa máxima.

Já no final da Assembleia foram colocadas algumas questões sobre a actividade da Câmara e parece-me ser pertinente destacar dois assuntos: o transporte das crianças de Santa Justa para a escola e a ingerência nos plenários do STAL.

Os meninos de Santa Justa, como ficam a menos de 4 kms da escola, este ano não têm direito ao pagamento do transporte por parte da Câmara. Aliás para que mantenham o transporte está a ser solicitado aos pais que comparticipem a viagem em cerca de 18€ mensais por menino.
Assim a Câmara assume como não interessa a perigosidade do percurso, que tem uma ponte perigosa e uma estrada nacional muito movimentada, mas sim a distancia como critério. Foi para isso que fecharam as escolas nas localidades?

De incrédulo é de ficar se tivermos em conta que antes disto o Presidente da Câmara afirmou diversas vezes que a Autarquia tem uma boa situação financeira e que tem 1 milhão e 800 mil euros a prazo no banco. 
É triste mas é verdade, para o comboio durante 2 anos foram rios de dinheiro e para as crianças falam em contenção e tentam ainda extorquir dinheiro aos pais.
E vão duas da vereadora da educação!
Por fim a situação inédita de ingerência do PS na actividade sindical dos trabalhadores da autarquia.
Desde a saga da opção gestionária em que o Sr. Presidente se comprometeu adoptar essa 3 dias antes das eleições e um mês depois desta dá o dito por não dito (isto tem um adjectivo...), a relação da maioria do PS na Câmara com os trabalhadores nunca mais foi a mesma.

Já negavam autocarros solicitados pelo STAL para transporte de trabalhadores para plenários e manifestações (coisa que nunca tinha acontecido antes) e agora proibiram a realização de um plenário na zona industrial.

Estavam 2 plenários agendados pelo STAL para o dia 22 de Setembro, um no pavilhão Municipal e outro para o refeitório das instalações da Câmara na Zona Industrial do Monte da Barca (este já havia sido pedido por a Câmara ter recusado a cedência do Auditório do Observatório do Sobreiro e da Cortiça).

Já pela voz da acessora do Sr. Presidente tinha sido manifestado o descontentamento deste em relação à realização do plenário, mas sendo esta jurista de profissão não teve a coragem de tentar impedir a realização do plenário.

A porca troce o rabo quando no dia 22, o chefe se secção recusa-se a permitir a realização do plenário por instrução do Vice- Presidente da Câmara, pelo facto de supostamente não estar autorizada a realização de plenário.

Depois de algum confronto de palavras, o plenário acabou por se realizar mas na rua.

Indescritível ainda é o facto do Presidente da Câmara assumir esta posição de forma autoritária na reunião da Assembleia Municipal quando contrariado.
Desde quando é que para a realização de plenários ou de actividade sindical é preciso a autorização do Presidente? E o PS? nem ver... encolhidos nas suas cadeiras.

Este pequeno resumo da última Assembleia Municipal é bem revelador de um certo tipo de tiques que começam a tornar-se preocupantes e que não só revelam uma enorme falta de respeito como um sentimento de impunidade por parte do PS em Coruche.

O que mais virá a seguir? Cargas policiais?