sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Jornadas de trabalho 2010.

A Festa do Avante é sem duvida a maior iniciativa politica do nosso país.

Uma Festa construída por homens, mulheres e jovens que em comum têm  o facto de serem militantes e amigos do PCP e o sonho de viver numa sociedade mais justa e liberta da exploração do homem pelo homem.

Os homens, mulheres e jovens a que me refiro, entregam todos os Verões a sua força de trabalho de forma voluntária e gratuita, para a construção desta importante tarefa que o colectivo partidário comunista assume de corpo e alma. São milhares de horas e centenas de comunistas a construir a Festa.

A Festa do Avante é um exemplo da unidade dos comunistas e um exemplo para Portugal; Um exemplo em como  é importante ambicionar por uma sociedade melhor e como é possível a sua concretização desde que todos reúnam esforços nesse sentido.

Na Festa do Avante vive-se o verdadeiro Socialismo.

A Festa do Avante são três dias de festa e de luta onde decorrem dezenas de concertos, peças de teatro, eventos desportivos, onde  a gastronomia de Norte a Sul de Portugal tem um papel relevante e sobretudo onde o PCP dá a conhecer o seu projecto politico. 
É ainda nesta celebração de vida, cor e esperança numa vida melhor que ocorre o maior comício do nosso país.

No entanto por muitas palavras que se usem para descrever a Festa do Avante, são todas insuficientes para  que se perceba o que é a Festa e o que ela representa. Para perceber é preciso participar nela e se possível na sua construção.

Hoje irei partir para a Festa do Avante, para também eu mais uma  vez poder dar o meu contributo na construção da Festa e na construção do sonho que é o Socialismo.



A Festa do Avante é o símbolo do orgulho máximo, que tenho enquanto comunista e enquanto militante do grande colectivo que é o Partido Comunista Português.

A vida são dois dias e a Festa do Avante são três!
Viva a Festa do Avante!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A cobra com a cauda pisada.

Vivi até aos meus dez anos na chamada "Quintas das Barrocas". Deste lugar tenho as melhores recordações da minha infância.

A "Quita das Barrocas" ou simplesmente as "Barrocas" como era conhecida, era um anfiteatro natural onde o meu avô e o António Teles mostravam o seu dom enquanto ortelões. 

As "Barrocas" eram então constituídas por uma variada fauna e flora, mas deixem-me descrever uma situação da qual nunca mais me irei  esquecer e que diz respeito a um animal que abundava nas "Barrocas"; a cobra.

Certa tarde (ainda era muito criança) vinha com a minha família a subir o "carreiro" que fazia a ligação da minha casa à rua principal, quando o meu pai avistou uma pequena cobra castanha enrolada exactamente no prego que estava cravado numa ameixoeira, para o efeito de o padeiro de manhã deixar lá pendurado o saco do pão.  

O meu pai que sempre demonstrara-me uma enorme coragem a enfrentar esta espécie, não se fez rogado e depressa segurou no animal, lançou-o para o chão e em tom de brincadeira sarcástica pisou-lhe somente a ponta da cauda.

A pequena cobra que não tinha mais de palmo e meio, mostrou igualmente a sua braveza e em vez de tentar fugir desesperadamente, lançou-se à biqueira do sapato e tentava a todo o custo com os seus pequenos dentes morder, talvez para se soltar ou simplesmente porque o seu instinto assim lhe o indicava.

Abumino cobras, mas desta nunca certamente me irei esquecer.
Recentemente este pequeno animal assaltou-me novamente a memória, após ter recebido um telefonema de um camarada Dirigente do SIESI.

Perdido e já sem saber o que fazer, o camarada a que me refiro ligou-me a pedir que o sindicato interviesse pois estava no dia 20 e metade do salário ainda não tinha sido pago.
Estava desesperado. O desespero normal para quem tem 3 filhos para alimentar e uma prestação de casa por pagar e que está a acumular juros.

Fiz o que estava ao alcance do SIESI naquele momento. Enviei via fax para a empresa, um oficio que informava da ilegalidade que a direcção da empresa estava a cometer ao ter os salários em atraso, sem sequer pensar em dar uma justificação a 49 trabalhadores que haviam trabalhado o mês completo e que não viam o seu esforço recompensado. Foi ainda solicitada uma reunião para simplesmente perceber o que se estava a passar.

Então o insólito aconteceu. Tal como a pequena cobra um dos responsáveis da empresa ao ver-se com a cauda pisada, resolveu atacar de forma irracional. 

Assim que chegou o fax à empresa, a primeira reacção desse mesmo responsável foi ligar para o camarada a que me referi anteriormente e acusa-lo de traição à empresa e classifica-lo  de "inimigo da empresa". Foi ainda insinuado que os sindicatos é que destroem empresas.

Incrível! Como é possível que alguém esteja a dever o salário a outro e ainda o acuse de forma tão leviana.

A verdade é que não são os sindicatos nem os trabalhadores que destroem as empresas, mas sim as más gestões das mesmas, através dos patrões que esbanjam o dinheiro ganho pelos trabalhadores ou as regras do capital que ditam "o salve-se quem puder" valendo tudo para obter lucro.

É normal que a pessoa que acusou o meu  camarada de inimigo, não perceba a sua angustia... o seu salário é três vezes superior ao de um mero electricista nos quadros da empresa e como tal é possível que ao dia 20 ainda tivesse dinheiro para ir à manicura ou ao cabeleireiro.

No entanto estes são os desígnios do capitalismo; atacar tudo e todos e sem qualquer respeito por nada nem ninguém, olhando somente para os seus interesses.
Tal como a pequena cobra, a empresa atacou como podia, mas não conseguiu fazer-se sentir e o único sentimento que despertou em mim foi o de indignação por ataque tão desnorteado.

No dia a seguir os trabalhadores receberam a parte do vencimento em falta, provando-se que   o pagamento da retribuição estava apenas dependente de uma reorientação das prioridades.

A diferença na gestão CDU.

Este é o segundo mandato em que cumpro tarefas do meu Partido enquanto eleito na Assembleia Municipal de Coruche. 

Neste segundo mandato, não fui eleito directamente e como tal sou suplente. Ainda assim em cada sessão tento dar o meu melhor para o que considero ser um acto de cidadania e para que os interesses dos coruchenses em geral e especialmente de todos aqueles que apostaram o seu voto na CDU, na esperança de uma verdadeira gestão de esquerda nos orgãos autárquicos do concelho, não fiquem desapontados ou se sintam simplesmente traídos. 

Todo o percurso que realizei até agora tem sido bastante importante na minha formação pessoal enquanto cidadão, mas também tem servido para cada vez mais reforçar os meus ideais e convicções.

Hoje deparei com uma noticia no "Mirante online", com o titulo "Há cada vez mais pessoas a pedir ajuda para tomar uma refeição em Benavente". Esta pequena noticia demonstra bem o estilo de gestão que defendo que um município deve ter durante um período de crise como este que estamos a passar e onde são pedidos constantes sacrifícios a pessoas e entidades. 

A noticia a que me refiro,  dá nota do crescimento do número de famílias que solicitam  apoio à Câmara Municipal de Benavente, para que simplesmente possam ter uma refeição quente para comer. O apoio da Autarquia às famílias é de tal forma que só no mês de Julho de 2010, a Câmara pagou 5 mil euros a duas associações que através de protocolo apoiam esta iniciativa, por forma a "
aliviar o sofrimento de algumas famílias”.

Segundo a noticia existem famílias inteiras, desde o avô ao neto a precisarem de apoio e por isso algumas famílias vão todos os dias levantar até mais do que uma refeição quente. Não existe um esbanjamento de dinheiros públicos porque os casos são conduzidos de forma rígida pelos serviços de acção social do município, que selecciona os casos um a um e define quem  tem direito a almoço ou a almoço e jantar.

Quem recorre a este apoio que a Câmara de Benavente proporciona, não é obrigado a sentir o estigma da exclusão social, pois simplesmente levanta as suas refeições e discretamente vai comer em sua casa. Forma justa de proporcionar apoio a quem até em alguns casos, já deu  muito ao país, mas por infortúnio da vida está desempregado ou em dificuldades à espera de qualquer apoio social.
É certo que a responsabilidade deste tipo de apoio não é das autarquias, mas realmente é importante valorizar esta iniciativa que de uma forma justa ajuda a aliviar as dificuldades de quem precisa. 

Benavente é uma autarquia CDU e esta é a opção politica do executivo em tempos de crise; ajudar os munícipes e desenvolver o concelho de Benavente para todos sem esquecer ninguém.

No concelho de Coruche por sua vez, a maioria PS no executivo da Câmara Municipal, demonstra claramente a sua opção politica na gestão do município quando entre outras medidas entrega por ajuste directo em 14 de Julho de 2010, à empresa Plural Eventos S.A, a quantia de  31.428€. 
Segundo a autarquia este valor é referente à " Prestação de serviços de promoção do Município em novela da TVI".
Esta é a diferença entre o PS e a CDU. 

A pergunta que se impõe e numa altura em que a Câmara de Coruche entre outras medidas corta 20% nas verbas para as freguesias é esta; Será que a Plural  eventos precisa mais de apoios financeiros que as familias do concelho de Coruche?

A resposta é clara: Não. No entanto é só mais uma opção de classe do Partido Socialista em Coruche, que tal como o Partido Socialista no governo, prefere apoiar entidades com vista a alimentar o seu protagonismo em vez de apoiar as as famílias, os trabalhadores e os portugueses.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

17 de Agosto.

O dia 17 de Agosto corresponde ao feriado municipal no concelho de Coruche. Esta é uma data em que tradicionalmente a Vila de Coruche se enche de munícipes vindos das freguesias, imigrantes e forasteiros, para verem o habitual cortejo etnográfico dedicado às tradições coruchenses e ao trabalho da forma como antigamente se realizava.

O cortejo é realmente um dos momentos altos das festas de Coruche, sobretudo tendo em conta que é realizado com a participação voluntária de homens, mulheres e crianças, que na sua maior parte ligados aos associativismo local, continuam a demonstrar as tradições e o esforço que os trabalhadores coruchenses tiveram ao longo de anos.

No entanto dois pormenores me assaltaram a consciência este ano.

O 1º desses pormenores prende-se  com alguns carros onde crianças bastantes novas, encenavam que estavam a trabalhar. Dura realidade essa que até à  poucos anos existia aos olhos de todos nas fábricas de calçado a norte do país.  Felizmente que o flagelo da exploração infantil diminuiu em Portugal e que agora mais crianças estão a ocupar o seu tempo onde sempre deveriam ter ocupado; na escola. 
 Mas as dificuldades das famílias têm aumentado bastante nos últimos anos e aquelas cenas de crianças a trabalhar, podem em breve deixar de ser imagens do passado e passarem a ser  o espelho de um futuro bastante próximo, onde os pais desamparados e sem dinheiro para pão se vejam forçados a empurrar os seus filhos para o trabalho infantil.

O 2º pormenor  foi a grande quantidade de cavaleiros e campinos que participaram no cortejo.
É verdade que os campinos são um dos símbolos do Ribatejo e que a vida ligada ao gado bravo faz parte das tradições deste concelho, mas não se estará a cair no exagero?
Os campinos e os cavaleiros geralmente pertenciam a grandes casas agrícolas, que agora são bastante valorizadas como uma das imagens de marca do concelho, mas também eram muitas vezes os proprietários dessas casas, os grandes senhores do latifúndio no Ribatejo.
Não se começará a dar demasiada importância a quem criou uma fortuna sobretudo à custa da exploração daqueles mesmos trabalhadores que se tenta homenagear no cortejo?

É importante que não se confunda "alhos com bugalhos", porque os operários agrícolas não estavam no mesmo patamar que os latifundiários, bem pelo contrário e isso ficou provado aquando a concretização da reforma agrária. 

Já fora do contexto do cortejo e das festas de Coruche, o dia 17 de Agosto de 2010 ficará ainda marcado como o dia em que Portugal viu um fio de justiça.

Após 2 atrasos na leitura da sentença, Mário Machado (líder  do movimento hammerskin em Portugal) foi condenado a 7 anos e 2 meses de prisão juntamente com mais um conjunto de neo-nazis que  foram condenados com penas entre os 9 meses e os 10 anos de prisão.

Infelizmente para o nosso país estes criminosos políticos que assaltam, traficam armas e droga, aterrorizam, raptam, agridem e matam por ódio e intolerância, dentro de alguns anos estarão em liberdade novamente. Liberdade essa liberdade palavra que se lhes fosse possível riscavam do dicionário.


A liberdade que durante anos negaram ao povo português através da ditadura fascista de Salazar que por sua vez obrigou a milhares de crianças a terem que trabalhar em vez de frequentarem a escola, tal como os meninos que desfilavam no cortejo.

Não tendo esta sido a condenação mais justa, não deixou de ser um passo na luta pela liberdade e democracia de Portugal.
Por fim é importante lembrar que embora se tenha feito justiça a 17 de Agosto de 2010, muitos fascistas (criminosos) estão em liberdade e a conspirar contra a democracia exaltando valores e costumes que nada de bom podem trazer ao povo português, chegando  por vezes até a ter acento em órgãos democráticos do pós 25 de Abril, com o intuito de conspirar e destruir o que o suor dos trabalhadores (representados no cortejo) construiu.

17 de Agosto... um dia a não esquecer pelos antifascistas portugueses.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Platex Vitória anunciada, mas a luta continua.

Passado um ano desde que conheci a Platex e o processo de luta desenvolvido pelos seus trabalhadores, a saga parece estar a chegar aos últimos episódios.

Na minha primeira visita à Platex fui bem recebido por mais de 100 trabalhadores que confrontados com a visão de um despedimento colectivo, que os iria deixar como tantos outros na extensa lista do desemprego em Portugal, lutavam corajosamente para que alguém lhes prestasse atenção e os apoiasse na viabilização  daquela unidade que embora estivesse economicamente degradada  (insólito que devia ser investigado judicialmente) era financeiramente viável.

No âmbito politico-sindical o processo foi bem conduzido por parte dos diversos sindicatos envolvidos. Os trabalhadores foram responsabilizados pela sua luta e aderiram a ela com todo o empenho.

Foram diversas as acções de luta desenvolvidas para que a Platex não caísse no marasmo do  esquecimento. Os apelos aos responsáveis políticos e consequentes deslocações até aos Ministérios do Trabalho e Economia, Governo Civil, Assembleia da República, Palácio de São Bento e Câmara Municipal de Tomar, foram sempre na máxima força, nunca tendo os trabalhadores desarmado das suas convicções, embora por vezes até tenham sido mal recebidos, como foram os casos do Ministério do Trabalho onde até hoje se espera uma reunião com a Sra. Ministra e na Assembleia da República onde foram recebidos por um cordão policial que mais parecia que daquela visita dependia toda a segurança interna de Portugal.

A Voz da luta dos trabalhadores da Platex fez-se ainda ouvir numa carta aberta ao Sr. Presidente da República ( a qual recebeu uma resposta ridícula), pela voz do Grupo Parlamentar do PCP, nas Manifestações do 1º de Maio e em muitas outras gloriosas jornadas de luta como foi o caso da manifestação de 29 de Maio de 2010 que reunião mais de 300 mil pessoas num voto de protesto contra as injustiças das politicas de direita no nosso país.


A célebre palavra de ordem: "Cremos trabalhar na Platex de tomar!", tornou-se num verdadeiro grito de revolta!

No entanto a resposta dos responsáveis políticos foi insuficiente se tivermos em conta os milhões de euros que o estado entregou de mão beijada ao BPN, ao BPP e ao Grupo Amorim.

Estado que a pedido dos trabalhadores devia ter nacionalizado a empresa e poupado a Segurança Social a pagar milhares de euros de subsídios de desemprego e ainda arrecadando muitos euros para os cofres públicos, pois a Platex era a única empresa da Península Ibérica que produzia este tipo de matéria prima e sobretudo porque exportava 70% da sua produção.

Depois de intensas negociações com o Grupo que pretende reactivar a fabrica, na passada segunda feira foi aprovado em plenário de trabalhadores uma acta que indica as contrapartidas para os trabalhadores, caso estes votem favoravelmente o plano de insolvência.


Não vou assumir que fiquei satisfeito pelo acordo conseguido, enquanto sindicalista e enquanto comunista acredito e defendo que só o pagamento da totalidade dos créditos em divida aos trabalhadores seria justo. No entanto com a conjuntura politica e social  que o país atravessa, considero que caso a Platex volte a trabalhar, como tudo aponta até ao momento, esta é uma vitória dos trabalhadores, do movimento sindical unitário e sobretudo um exemplo de como é possível vencer uma batalha, mesmo nas condições mais adversas e quando a luta parece perdida.

Lamento profundamente que para salvar postos de trabalho sejam os trabalhadores os mais sacrificados, mas saliento sobretudo a sua determinação na vontade de não abdicar de um direito constitucional como é o direito ao trabalho,por darem um contributo determinante para a soberania do aparelho produtivo nacional e regional e por não caducarem o futuro de gerações que assim poderão continuar a contar com 105 postos de trabalho.

Este colectivo de trabalhadores aprendeu durante a sua luta, as regras da democracia: votaram de braço no ar, participaram em debates, sessões públicas e manifestações, exigiram responsabilidades de quem governa e por fim decidiram o  seu futuro... uma verdadeira lição de coragem, determinação e de vontade de tomar o futuro nas suas mãos.

Por último uma palavra de apresso aos delegados sindicais que não desarmaram nem por um segundo, que organizaram autocarros para as diversas iniciativas, que mobilizaram e ajudaram a manter a unidade dos seus camaradas de trabalho.

Um ano depois o processo parece estar a chegar ao fim, com uma vitória do trabalho. Mas a luta continua!


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Comboio do despesismo.

Por diversas vezes a CDU questionou o PS e o executivo na Câmara de quanto custava ao município o protocolo entre a CP e a autarquia. 

O Grupo Municipal chegou a apresentar um requerimento a solicitar uma cópia desse mesmo protocolo e num gesto antidemocrático nunca antes visto no poder local em Coruche, o Partido Socialista sonegou informação negando essa informação aos eleitos da CDU.

No entanto por vezes o gato não consegue deixar de ficar com o rabo de fora. Através desse rabo entalado é impossível ao executivo da Câmara Municipal de Coruche,esconder que por mês paga 1150€ pelo serviço de taxis... serviço esse que a maior parte das vezes serve para transportar 2 passageiros até ao comboio.

No entanto e por muita sonegação de informação que exista,  desta vez o Partido Socialista e os seus eleitos foram "atraiçoados" pelos interesses financeiros  da CP, como aliás já se calculava. 

Veio então o presidente da CP, José Benoliel, assumir a público que em menos de um ano este serviço de comboio já atingiu um prejuízo de 296 mil euros. Prejuízos esses que serão repartidos entre a CP e as Câmaras do Cartaxo, Salvaterra e Coruche.

José Benoliel, afirmou ainda que as Câmaras em causa não têm cumprido o protocolo. 

De momento as únicas saídas que se vislumbram para o executivo do PS na Câmara de Coruche são; Ou paga o que deve e mantém a farsa (infelizmente com dinheiros dos munícipes) ou "dá o braço a torcer" e pede a resolução imediata do protocolo (por forma a não prejudicar mais os coruchenses).

Estes resultados já eram espectáveis, visto que quando foi retirado de circulação o comboio que ligava Vendas Novas ao STIL, a CP afirmava que essa ligação somente gerava 550€ de receitas mensais.

No entanto para se afirmar em campanha eleitoral o Partido Socialista e os seus candidatos fazem de tudo e criaram toda uma ilusão à volta do regresso da ligação do comboio a Coruche, por forma de criar falsas expectativas aos coruchenses e assim conquistar mais um punhado de votos.

Pior que essa situação, somente o prolongamento da ilusão quando orgulhosamente se publicou no Boletim Municipal a noticia que o comboio transportava em média 700 pessoas por semana.... e realmente transportou durante o período eleitoral em que a Câmara também pelas mãos do PS ofereceu viagens gratuitas e almoços gratuitos aos reformados do concelho de Coruche. 

Quando eu próprio numa sessão da Assembleia Municipal interroguei o Sr. Presidente da Câmara sobre essa situação a resposta dele foi baseada num desconversar e num reconhecer que as viagens oferecidas tinham influenciado em muitos os resultados que indicavam o número de passageiros de comboio. Na verdade o comboio transporta em média menos de 20 passageiros, partindo de Coruche 5 ou 6 passageiros.

Infelizmente mais um exemplo da teimosia, arrogância e autismo do Partido Socialista em Coruche, que desta forma continua a esbanjar o dinheiro de todos nós para manter algumas ilusões.

Direito à indignação ou Direito à verdade?

Chegado de férias  tive vontade de voltar a alguns hábitos e rotinas  do quotidiano. Confesso que 14 dias sem saber de nada do que se passava pelo país e pelo concelho me deixaram um bocado stressado e apreensivo.


Depois do convívio familiar a que a chegada obriga, acabei por não resistir e fui consultar as duas últimas edições do jornal regional "O Mirante". Sabia no entanto que durante a minha ausência tinha sido publicada mais uma edição do jornal interconcelhio "Mais Região". Jornal aliás com o qual confesso até simpatizar, pois tirando uma ou duas derrapagens, nota-se que os responsáveis tentam dar a palavra a todas as forças politicas.



No entanto não pude deixar  de reparar no editorial desse mesmo jornal. No editorial a que me refiro, pertencente à edição nº66, surgem algumas considerações por parte da Directora do jornal que; em 1º lugar não correspondem à verdade dos factos e em 2º lugar mete em causa a imparcialidade desse órgão de comunicação em especial. 

No editorial a que me refiro, são tecidos pela parte da Directora alguns comentários e considerações sobre o plano de contenção de despesas apresentado pela CDU em Coruche. 

Numa altura em que  o governo PS de José Sócrates de braço dado com o PSD de Paços Coelho, obrigam as famílias portuguesas a apertarem ainda mais o cinto, através do congelamento de salários, do aumento do IVA, do roubo através da subida do IRS e nos cortes nos apoios sociais, a CDU entende que não basta mandar os outros fazer, mas que também  é  necessário dar o exemplo. Como tal e sendo visivel por todos o esbanjamento de dinheiro do executivo PS na Câmara Municipal, a Coordenadora Concelhia da CDU apresentou à Câmara um conjunto de medidas de moralização e contenção, para que mais tarde não se venha a dizer que as obras necessárias para o bem estar dos coruchenses não se realizaram por falta da verbas.

Nesse conjunto de medidas era apontado à Câmara que até ao final do ano fizesse um corte na publicidade não institucional. De facto não é dificil ver onde anda o dinheiros dos coruchenses. Basta visitar sítios de internet ou folhear um jornal e logo se encontram páginas inteiras de propaganda (bem paga) do município de Coruche.

Mas então qual é a moral do PS quando mantém a taxa de IMI nos valores máximos argumentando a necessidade dessas verbas nos  cofres da autarquia e depois esbanja assim o dinheiro?

No entanto e como é óbvio este órgão de comunicação social em especifico sentiu-se afectado com a proposta desta medida. Mas têm que ser os coruchenses com os seus impostos a manter a viabilização financeira de um órgão independente de comunicação social?

No meu entender para se financiar o jornal em causa deve sim procurar a forma de abranger mais público e  contestar o seu descontentamento por cada vez mais os cidadãos terem que optar por comprar um jornal ou o pão do dia. Desta forma não irá ter que ficar à espera de "esmolas" por parte das autarquias... até porque essa situação poderá condicionar fortemente a sua imparcialidade jornalística. Mas mais uma vez não fico admirado com esta situação, pois difícil é abdicar  dos nossos interesses pessoais em prole dos interesses colectivos.

Nesse mesmo editorial a Sra. Directora indica que a suspenção da publicidade não institucional seria só para os jornais e não para a rádio. Pois bem simplesmente isso não é verdade! A medida visava todos os órgãos de comunicação social independentemente da sua forma. A CDU não aceita que numa altura de crise que ainda por cima não foi provocada pelos trabalhadores, que estes não vejam o apoio necessário da autarquia em detrimento de propaganda que visa apenas encher o ego a alguns e os bolsos a outros.

Por fim pena que para além no editorial em causa, não se tenha separado o trigo do joio e não se tivesse preservado a famigerada  imparcialidade. 

Mais ainda; não seria preferível salientar a importante proposta da CDU para que os eleitos a tempo inteiro abdicassem de 10% das suas ajudas para representação? lembrar que embora fosse uma medida simbólica seria uma forma de o Partido Socialista demonstrar que não governa só para o  seu umbigo.

Mas isso realmente não interessa divulgar aos coruchenses, o que interessa é preservar um lugar ao sol.