Tenho andado bastante atarefado nos últimos dias com o estudo e com as diversas tarefas que tenho que cumprir e como tal tem-me sido bastante difícil fazer qualquer actualização que seja no "Ventos de Abril". No entanto e tendo em conta dois acontecimentos hoje ocorridos, os quais julgo de interesse, não podia deixar de vir até "aqui".
A manhã começou cedo e às 7.15h já estava à porta de uma empresa do sector em Almeirim. Fazia trabalho regular de contacto com os trabalhadores e distribuir um comunicado do SIESI aos mesmos.
Por volta das 7.40h fui surpreendido por um "Mercedes" que entrou a alta velocidade nas instalações da empresa. Era o patrão.

A encenação foi tal que chamou um trabalhador para que este me dissesse que não lhe deviam nada.
Confesso que a situação me incomodou um bocado, não por todas as inverdades e disparates disparados, mas sim pelo estado de "pilha de nervos" em que estava o Sr.
Obviamente não deixei de fazer o que estava a fazer e quem acabou por voltar para casa foi o Sr.
Mais tarde alguns trabalhadores ligaram-me a cumprimentar-me, a desvalorizar os gestos do patrão e a afirmar que dissesse ele o que dissesse, sabiam que o sindicato estava ali para os ajudar.
De Almeirim, fui a Évora. Continuação do julgamento de uma multinacional de material electrónico, que fazendo a sua leitura da lei, obrigou de 2006 a 2009 os trabalhadores a fazerem 6 dias de trabalho extraordinário não remunerado, para alegadamente terem direito aos 22 dias úteis de ferias.

Situação curiosa para uma empresa, poderosa multinacional que nada teme, que tudo faz na legalidade (ironia) e de repente verga perante um grupo de operários que despediu em 2009, após um período de lay-off.
Poderam então aquele conjunto de trabalhadores sair do Tribunal de Trabalho de Évora com uma quantia total de 22 mil euros.
Esta situação comprova a velha máxima: "Quando se luta nem sempre se ganha, mas quando não se luta perde-se sempre".
Vitória com sabor especial para quem foi durante anos usado e abusado pela sua empresa e que mais tarde se viu desempregado e com uma empresa de trabalho temporário a efectuar o seu trabalho.
Fez-se justiça e voltará a fazer-se caso os mais de 1200 operários da fábrica assim o queiram.